Tudo terminou (ou começou, dependendo do ponto de vista) no último dia letivo do ano, onde recebi meu Certificado de Conclusão em Formação Bruxa de Hogwarts.
Me lembro que era um dia ensolarado, os jardins repletos de bruxos e cadeiras brancas, as mesmas que alguns anos depois participariam do enterro do grande Prof. Dumbledore (que Merlin o tenha).
Em Hogwarts é assim... você entra, 11 anos, morrendo de medo do desconhecido. Se você for de uma família trouxa, não falo por mim, mas a pessoa deve ter um misto de medo e de alegria, pois passou a vida toda fazendo coisas engraçadas que nunca tiveram explicação. Agora, a explicação estava ali, em Hogwarts.
Se a pessoa for de uma família bruxa (como é o meu caso), cresce ouvindo histórias curiosas e engraçadas sobre a escola, mas, quando seu nome é chamado para colocar um chapéu esquisito, todas as histórias engraçadas viram histórias de terror sobre um chapéu maníaco que engole cabeças de criancinhas (experiência própria, acredite!)
Passado o susto, ouvi "Grifinória!" e vários aplausos. Estava com os olhos tão apertados que, quando fui abrir para ver o que estava acontecendo, algumas luzinhas piscaram por uns segundos, até o Salão Principal aparecer com pessoas de uma mesa à esquerda, aplaudindo e sorrindo para mim.
Então, logo depois vêm as aulas de vôo. Muitos cortes, nariz sangrando e acidentes com janelas e vassouras quebradas. Voar nunca foi minha especialidade, ao contrário de aparatação (longe de mim ficar me gabando, claro).
Sem contar as milhões de vezes que você se distrai e quando olha em volta, não tem a mínima idéia da onde esteja. Até se acostumar com todos os corredores, torres, masmorras, degraus e escadas leva um tempo. Me lembrei da Emília Rottenby que se perdeu por uma semana num corredor do 7º andar (hoje ela é chefe do Departamento de Bruxos Desaparecidos do Ministério da Magia).
No segundo ano, muitos entram para clubes, fazem novos amigos, tentam entrar em times de quadribol, abrem câmaras esquisitas... enfim. No meu caso, fui convidada a participar de um grupo de estudos que "estudar" era o último verbo da lista de prioridades. Jinx Girls. Criativo, não? Na dúvida era só observar pelos corredores um grupo barulhento de meninas com as letras JG bordadas em rosa no uniforme. Era um grupo democrático, tinha meninas de todas as casas (inclusive uma da Sonserina, que saiu do grupo no quarto ano). As reuniões eram minuciosamente organizadas, pois não era fácil enganar as passagens secretas de outras Salas Comunais. Outros alunos reclamavam por ser "invasão de privacidade", mas toda a polêmica só contribuia com a fama do grupo, que era conhecido por toda a escola.
No terceiro e quarto anos, você já não é aquela bruxinha bobinha e perdida.
No quinto, as festinhas começam a ter outros propósitos e os cantos escondidos dos corredores, outras utilidades. Mas tudo muito corrido porque "Merlin! Já são três horas? Tenho que estudar pros N.O.M's! Te vejo à noite no jantar!".
Sexto ano.
Você chega no sexto ano com duas dúvidas cruciais: "Passei nos N.O.M's que eu queria?" e "E agora, o que eu vou fazer da vida?". Mas em comparação, é um dos anos mais tranquilos de Hogwarts. Muitos horários vagos, muitas idas à Hogsmeade, Sala Precisa então...
O sexto ano acaba e você vai para casa com um frio na barriga estranho só de pensar que no próximo ano, tudo aquilo vai acabar. Seu último verão como aluno de Hogwarts tem um gosto amargo, principalmente quando chega a hora de empacotar as coisas e ir para a escola novamente.
Ao contrário da relativa folga do ano anterior, o sétimo, para mim pelo menos, foi o mais corrido. Já tinha decidido pela minha carreira e estava atrás de estágios. As Jinx Girls agora eram apenas colegas de "oi, tudo bom?" de corredores. Todos estavam focados em matérias para estudar, entrevistas para estágios, trabalhos com curtíssimos prazos para entregar, etc.
Falando em curtos prazos...
Agora, alguns anos depois, estou aqui sentada à minha mesa, perdida em lembranças e enrolando um pouquinho. Fala sério, Lucca me encheu de relatórios pra fazer!
Ai ai, é a vida...
sexta-feira, 25 de maio de 2007
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