Tudo terminou (ou começou, dependendo do ponto de vista) no último dia letivo do ano, onde recebi meu Certificado de Conclusão em Formação Bruxa de Hogwarts.
Me lembro que era um dia ensolarado, os jardins repletos de bruxos e cadeiras brancas, as mesmas que alguns anos depois participariam do enterro do grande Prof. Dumbledore (que Merlin o tenha).
Em Hogwarts é assim... você entra, 11 anos, morrendo de medo do desconhecido. Se você for de uma família trouxa, não falo por mim, mas a pessoa deve ter um misto de medo e de alegria, pois passou a vida toda fazendo coisas engraçadas que nunca tiveram explicação. Agora, a explicação estava ali, em Hogwarts.
Se a pessoa for de uma família bruxa (como é o meu caso), cresce ouvindo histórias curiosas e engraçadas sobre a escola, mas, quando seu nome é chamado para colocar um chapéu esquisito, todas as histórias engraçadas viram histórias de terror sobre um chapéu maníaco que engole cabeças de criancinhas (experiência própria, acredite!)
Passado o susto, ouvi "Grifinória!" e vários aplausos. Estava com os olhos tão apertados que, quando fui abrir para ver o que estava acontecendo, algumas luzinhas piscaram por uns segundos, até o Salão Principal aparecer com pessoas de uma mesa à esquerda, aplaudindo e sorrindo para mim.
Então, logo depois vêm as aulas de vôo. Muitos cortes, nariz sangrando e acidentes com janelas e vassouras quebradas. Voar nunca foi minha especialidade, ao contrário de aparatação (longe de mim ficar me gabando, claro).
Sem contar as milhões de vezes que você se distrai e quando olha em volta, não tem a mínima idéia da onde esteja. Até se acostumar com todos os corredores, torres, masmorras, degraus e escadas leva um tempo. Me lembrei da Emília Rottenby que se perdeu por uma semana num corredor do 7º andar (hoje ela é chefe do Departamento de Bruxos Desaparecidos do Ministério da Magia).
No segundo ano, muitos entram para clubes, fazem novos amigos, tentam entrar em times de quadribol, abrem câmaras esquisitas... enfim. No meu caso, fui convidada a participar de um grupo de estudos que "estudar" era o último verbo da lista de prioridades. Jinx Girls. Criativo, não? Na dúvida era só observar pelos corredores um grupo barulhento de meninas com as letras JG bordadas em rosa no uniforme. Era um grupo democrático, tinha meninas de todas as casas (inclusive uma da Sonserina, que saiu do grupo no quarto ano). As reuniões eram minuciosamente organizadas, pois não era fácil enganar as passagens secretas de outras Salas Comunais. Outros alunos reclamavam por ser "invasão de privacidade", mas toda a polêmica só contribuia com a fama do grupo, que era conhecido por toda a escola.
No terceiro e quarto anos, você já não é aquela bruxinha bobinha e perdida.
No quinto, as festinhas começam a ter outros propósitos e os cantos escondidos dos corredores, outras utilidades. Mas tudo muito corrido porque "Merlin! Já são três horas? Tenho que estudar pros N.O.M's! Te vejo à noite no jantar!".
Sexto ano.
Você chega no sexto ano com duas dúvidas cruciais: "Passei nos N.O.M's que eu queria?" e "E agora, o que eu vou fazer da vida?". Mas em comparação, é um dos anos mais tranquilos de Hogwarts. Muitos horários vagos, muitas idas à Hogsmeade, Sala Precisa então...
O sexto ano acaba e você vai para casa com um frio na barriga estranho só de pensar que no próximo ano, tudo aquilo vai acabar. Seu último verão como aluno de Hogwarts tem um gosto amargo, principalmente quando chega a hora de empacotar as coisas e ir para a escola novamente.
Ao contrário da relativa folga do ano anterior, o sétimo, para mim pelo menos, foi o mais corrido. Já tinha decidido pela minha carreira e estava atrás de estágios. As Jinx Girls agora eram apenas colegas de "oi, tudo bom?" de corredores. Todos estavam focados em matérias para estudar, entrevistas para estágios, trabalhos com curtíssimos prazos para entregar, etc.
Falando em curtos prazos...
Agora, alguns anos depois, estou aqui sentada à minha mesa, perdida em lembranças e enrolando um pouquinho. Fala sério, Lucca me encheu de relatórios pra fazer!
Ai ai, é a vida...
sexta-feira, 25 de maio de 2007
terça-feira, 13 de março de 2007
Parabéns que nada!
Era de manhã. Uma manhã linda! Ma-ra-vi-lho-sa! Mas, por algum motivo, eu tinha acordado com um péssimo humor. E eu sabia qual: era meu aniversário.
Eu fazia aniversário alguns dias depois da minha mãe, e isso, para qualquer criança seria motivo de alegria, e no mínimo interessante.
Mas, pra mim não...
Via de regra, todo aniversário acontece alguma coisa desagradável. E começou quando minha gata, Sharon, morreu no dia em que completei três anos.
Aos cinco, me perdi da minha mãe na rua e me acharam quatro horas depois, sentada na calçada chorando.
Aos dez, tinha acabado de ganhar uma Cleansweep Junior, e no primeiro mini-vôo que tive, tropecei e cai em cima da vassoura, quebrando-a em três pedaços.
Aos 13, estava jogando quadribol com meus primos, quando um balaço errante me acertou e fui para o hospital.
Aos 17, em Hogwarts, perdi a hora para as provas dos N.I.E.M’s. Tive que implorar à Prof. McGonagall me deixar entrar e ainda ganhei uma semana de detenção.
Aos 20, flagrei meu ex-namorado com outra bruxa, bem na minha festa de aniversário.
E hoje, aos 23, aqui estou deitada na cama, olhando para o teto, pensando seriamente em não sair de casa.
Enrolei alguns minutos, mas tinha que levantar.
Hoje teria uma reunião especial, que poderia ajudar em minha carreira.
Os chefes de Departamento de Jogos e Esportes Mágicos do Ministério da Magia Francês e Búlgaro, Claude Lebianche e Victor Nievisk, estavam de passagem por Londres, pois esse ano seria realizado o Torneio Tribuxo em Beauxbatons, e eu estava na equipe inglesa de realização do evento, representando Hogwarts.
Levantei, me arrumei e saí.
Chegando no Ministério, passei pelo Saguão pisando firme e com cara de pouquíssimos amigos.
Entrei em um elevador, e a bruxa do outro dia estava também. Chapéu verde, vestes vermelhas e cinto dourado.
Agora a pergunta não seria se já era Natal. Seria “ow, mamãe noel, eu tenho cara de rena?!?!?! Sai do meu pé!! %$#@*&!!!”.
Mas agüentei a mini-viagem (sim, viagem! Esse elevador deve está quebrado ainda!!) e saltei quando a vozinha da mulher anunciou “Nível cinco, Departamento de Cooperação Internacional em Magia, incorporando o Organismo de Padrões de Comércio Mágico Internacional, o Escritório Internacional de Direito em Magia e a Confederação Internacional de Bruxos, sede britânica”.
Logo no hall de entrada, percebi que hoje realmente iria ser um dia daqueles!
Haviam uns 30 repórteres e suas câmeras fumacentas, tirando fotos, conversando, se apertando.
Passei pelos primeiros quinze, mas bem na porta do Departamento, os outros quinze simplesmente não me deixavam passar!
Cutuquei o ombro de um senhor gordo, com vestes roxas e um bigode que cobria a boca.
- Er... senhor, com licença. Eu trabalho no Departamento, preciso passar e..
- Ah, claro querida. Aqui todos trabalham no Departamento! Não, não, por aqui sinto muito, mas você não passa...
Ham?? Como assim??? Eu trabalho aqui!!!
Bufando, deixei o colega bem educado, e com dificuldade, fui para o outro lado.
- Lucy! – olho para trás e vejo Richard, se espremendo entre dois repórteres.
- Oi! Finalmente alguém conhecido! – dou-lhe um beijo e um abraço.
- Nossa... Que caos! – ele fala, passando a mão nas vestes amassadas.
- Pois é, precisamos achar Lucca! Senão nunca vamos conseguir entrar.
Demos meia volta e fomos em direção aos elevadores, onde estava mais vazio.
Ainda estava com um péssimo humor, mas o simples fato de ter encontrado Richard, já aliviara um pouco a situação.
Alguns minutos depois, ouvimos nossos nomes no alto falante. Pra falar a verdade, eu nem sabia que tinha um alto falante ali.
A mesma voz da mulher do elevador falou:
- Srta. Johnson e Sr. Copeland, favor comparecer à Diretoria do Departamento.
Ótimo! O que eles acham que estou tentando fazer ali há meia hora? Só podem estar achando que estou brincando de bruxinha-pega-bruxinho para uma pequena diversão matinal, né?
Fomos novamente em direção à porta e finalmente, amassados, suados e descabelados, conseguimos entrar.
Havia muita gente desconhecida, algumas de outros departamentos e, quando entramos na sala da diretoria, vimos que até o Ministro da Magia estava ali.
A sala era bem ampla, com uma grande mesa redonda no meio, sofás nos cantos e vários tapetes.
- Ah, finalmente! – Lucca veio em nossa direção. – Aonde vocês estavam?
- O que você acha? Tentando entrar no Departamento! Você não viu o caos que está lá fora???
- Venham, vou lhes apresentar o Sr. LeBianche e o Sr. Nievisk – Lucca nos levou em direção à mesa redonda.
Um homem alto, moreno e jovem, de vestes azul com estrelas prateadas se levantou e nos cumprimentou.
- Sr. Lebianche, estes são Lucy Johnson e Richard Copeland.
- Ah sim, muito prrazer! Ouvi muito sobrre vocês. – disse com um sorriso cordial.
Impressionante como os políticos sabem mentir e parecerem simpáticos.
- Sr. Nievisk...Sra. Johnson, Sr. Copeland.
Outro homem, este já baixo e gordo, com vestes marrons, também se levantou e nos cumprimentou com um aceno de cabeça.
Logo em seguida a reunião começou.
Foi decidido que cada escola iria ficar responsável por uma tarefa. Hogwarts, em sorteio, ficou com a terceira.
Houveram algumas divergências sobre as datas, mas resolveu-se que o Torneio começaria no final de Agosto.
Após a reunião, o Sr. LeBianche e Sr. Nievisk com suas comissões, foram todos para o gabinete do Ministro, deixando o Departamento, finalmente em seu movimento habitual.
Para mim, o dia podia acabar ali. Eu só queria ir para casa!
- Lucy – Lucca veio em minha direção – preciso falar com você.
Ai ai, o que foi agora?
Entrei novamente na sala da diretoria, Lucca começou:
- Hoje é um dia muito especial!
Como assim? Eu nem comentei que era meu aniversário!
- Um ótimo dia para o Departamento! Passamos confiança à comunidade bruxa e... – ah, sim! Ufa!
Lucca continuou seu discurso empolgado, mas eu já estava de saco cheio! Me deixa ir pra casa!
- ...orgulho inglês e seriedade para todo o Ministério da Magia!
- Ta...tá.. muito comovente, agora, posso ir?
- Não! – ele sorriu.
Agora minha vontade tinha mudado... ir para casa que nada! Eu queria é ESTUPORAR aquela criatura sorridente olhando pra mim!!
- Depois do que eu vou te dizer, você vai querer me dar um beijo!
Er... eu não vi bebida alcoólica sendo servida na reunião, mas vai saber né?
- Ok Dom Juan, fale. – respirei fundo.
- Sente-se Lucy, sente-se...
Fala Logo!!! Que coisa! Como será que se faz um Avada Kedav...
- O Ministro da Magia veio conversar comigo mais cedo. E me deu uma ótima notícia! Lucca parou, provavelmente me esperando perguntar “qual?”. Fiquei em silêncio.
- Hem hem. Hogwarts ficará com a terceira tarefa (Sério? Eu acho que estava na reunião, né?) e iremos nos superar esse ano!
*cri...cri...cri...*
- Er... nosso Departamento, junto com o Departamento de Jogos e Esportes Mágicos, terá permissão temporária para entrar em certas salas do Departamento de Mistérios para elaborar a terceira tarefa do Torneio Tribuxo...
Como?? Eu ouvi direito ou o Ministro bebeu junto com essa pessoa que se diz meu chefe?!
- ... e advinha! Você foi uma das funcionárias escolhidas para ter essa permissão temporária!
Ah, chega! Estou indo embora... vou para minha casa que é o melhor que eu faço.
Levantei-me.
- Aonde você vai? – Lucca falou assustado.
- Ué, vou pra minha casa! E te recomendo o mesmo. Você está precisando descansar Lucca, sério!
- Lucy! Eu estou falando a verdade! Olhe, tome aqui o contrato que você terá que assinar. Funciona como um termo de sigilo. Veja.
E para meu espanto, realmente. Era um termo de sigilo, com meu nome, dizendo que eu tinha permissão temporária desde a presente data, a entrar no Departamento de Mistérios do Ministério da Magia Inglês! E nas últimas linhas dizendo que eu estava assumindo todos os riscos de injúrias e morte (morte??) uma vez assinado aquele documento.
Lucca sorriu ao ver minha cara de espanto.
- Parabéns Lucy! Você foi a única do nosso Departamento a ser escolhida!
Minha cara de espanto continuava a mesma.
- Mas, hum, você não recebeu a permissão também?
- Não, não. O Ministro não quer os chefes de Departamento envolvidos. Chamaria muita atenção.
Sentei-me novamente.
- Vamos Lucy! Comemore!
Comemore? Eu vou assinar meu atestado de óbito em alguns segundos e você quer que eu comemore?! “Riscos de injúrias e morte”...
Duas horas depois, aparatei na porta de casa. Exausta! Queria tomar um banho e ir direto para a cama. Dormir e acabar logo esse dia maldito!
Abri a porta da casa e....
- Surpresa!!!!!!!
Que? Ham? Acenderam a luz e vi meu pai, mãe, Richard, Mika, Charlie, primos, primas, colegas de Departamento, Lucca, todos com chapéuzinho de aniversário, sorrindo para mim.
Não sabia se ria (fala sério, eles estavam ridículos!), ou se chorava, porque eu só queria descansar...
Todos sorrindo, vieram me cumprimentar e entregar presentes.
Depois, no meio da festinha improvisada, puxei Lucca para um canto e perguntei:
- Lucca, a coisa toda do Departamento de Mistérios era tudo brincadeira de aniversário né?!
Ele riu.
- Lucy, você precisava ver sua cara! – eu ri – mas não... era verdade!
- O que????????
O que me consola é que tenho 365 dias ainda pra me preparar pro próximo “Dia do Terror – Inspirado em uma história verdadeira”...
Na minha... ¬¬
Eu fazia aniversário alguns dias depois da minha mãe, e isso, para qualquer criança seria motivo de alegria, e no mínimo interessante.
Mas, pra mim não...
Via de regra, todo aniversário acontece alguma coisa desagradável. E começou quando minha gata, Sharon, morreu no dia em que completei três anos.
Aos cinco, me perdi da minha mãe na rua e me acharam quatro horas depois, sentada na calçada chorando.
Aos dez, tinha acabado de ganhar uma Cleansweep Junior, e no primeiro mini-vôo que tive, tropecei e cai em cima da vassoura, quebrando-a em três pedaços.
Aos 13, estava jogando quadribol com meus primos, quando um balaço errante me acertou e fui para o hospital.
Aos 17, em Hogwarts, perdi a hora para as provas dos N.I.E.M’s. Tive que implorar à Prof. McGonagall me deixar entrar e ainda ganhei uma semana de detenção.
Aos 20, flagrei meu ex-namorado com outra bruxa, bem na minha festa de aniversário.
E hoje, aos 23, aqui estou deitada na cama, olhando para o teto, pensando seriamente em não sair de casa.
Enrolei alguns minutos, mas tinha que levantar.
Hoje teria uma reunião especial, que poderia ajudar em minha carreira.
Os chefes de Departamento de Jogos e Esportes Mágicos do Ministério da Magia Francês e Búlgaro, Claude Lebianche e Victor Nievisk, estavam de passagem por Londres, pois esse ano seria realizado o Torneio Tribuxo em Beauxbatons, e eu estava na equipe inglesa de realização do evento, representando Hogwarts.
Levantei, me arrumei e saí.
Chegando no Ministério, passei pelo Saguão pisando firme e com cara de pouquíssimos amigos.
Entrei em um elevador, e a bruxa do outro dia estava também. Chapéu verde, vestes vermelhas e cinto dourado.
Agora a pergunta não seria se já era Natal. Seria “ow, mamãe noel, eu tenho cara de rena?!?!?! Sai do meu pé!! %$#@*&!!!”.
Mas agüentei a mini-viagem (sim, viagem! Esse elevador deve está quebrado ainda!!) e saltei quando a vozinha da mulher anunciou “Nível cinco, Departamento de Cooperação Internacional em Magia, incorporando o Organismo de Padrões de Comércio Mágico Internacional, o Escritório Internacional de Direito em Magia e a Confederação Internacional de Bruxos, sede britânica”.
Logo no hall de entrada, percebi que hoje realmente iria ser um dia daqueles!
Haviam uns 30 repórteres e suas câmeras fumacentas, tirando fotos, conversando, se apertando.
Passei pelos primeiros quinze, mas bem na porta do Departamento, os outros quinze simplesmente não me deixavam passar!
Cutuquei o ombro de um senhor gordo, com vestes roxas e um bigode que cobria a boca.
- Er... senhor, com licença. Eu trabalho no Departamento, preciso passar e..
- Ah, claro querida. Aqui todos trabalham no Departamento! Não, não, por aqui sinto muito, mas você não passa...
Ham?? Como assim??? Eu trabalho aqui!!!
Bufando, deixei o colega bem educado, e com dificuldade, fui para o outro lado.
- Lucy! – olho para trás e vejo Richard, se espremendo entre dois repórteres.
- Oi! Finalmente alguém conhecido! – dou-lhe um beijo e um abraço.
- Nossa... Que caos! – ele fala, passando a mão nas vestes amassadas.
- Pois é, precisamos achar Lucca! Senão nunca vamos conseguir entrar.
Demos meia volta e fomos em direção aos elevadores, onde estava mais vazio.
Ainda estava com um péssimo humor, mas o simples fato de ter encontrado Richard, já aliviara um pouco a situação.
Alguns minutos depois, ouvimos nossos nomes no alto falante. Pra falar a verdade, eu nem sabia que tinha um alto falante ali.
A mesma voz da mulher do elevador falou:
- Srta. Johnson e Sr. Copeland, favor comparecer à Diretoria do Departamento.
Ótimo! O que eles acham que estou tentando fazer ali há meia hora? Só podem estar achando que estou brincando de bruxinha-pega-bruxinho para uma pequena diversão matinal, né?
Fomos novamente em direção à porta e finalmente, amassados, suados e descabelados, conseguimos entrar.
Havia muita gente desconhecida, algumas de outros departamentos e, quando entramos na sala da diretoria, vimos que até o Ministro da Magia estava ali.
A sala era bem ampla, com uma grande mesa redonda no meio, sofás nos cantos e vários tapetes.
- Ah, finalmente! – Lucca veio em nossa direção. – Aonde vocês estavam?
- O que você acha? Tentando entrar no Departamento! Você não viu o caos que está lá fora???
- Venham, vou lhes apresentar o Sr. LeBianche e o Sr. Nievisk – Lucca nos levou em direção à mesa redonda.
Um homem alto, moreno e jovem, de vestes azul com estrelas prateadas se levantou e nos cumprimentou.
- Sr. Lebianche, estes são Lucy Johnson e Richard Copeland.
- Ah sim, muito prrazer! Ouvi muito sobrre vocês. – disse com um sorriso cordial.
Impressionante como os políticos sabem mentir e parecerem simpáticos.
- Sr. Nievisk...Sra. Johnson, Sr. Copeland.
Outro homem, este já baixo e gordo, com vestes marrons, também se levantou e nos cumprimentou com um aceno de cabeça.
Logo em seguida a reunião começou.
Foi decidido que cada escola iria ficar responsável por uma tarefa. Hogwarts, em sorteio, ficou com a terceira.
Houveram algumas divergências sobre as datas, mas resolveu-se que o Torneio começaria no final de Agosto.
Após a reunião, o Sr. LeBianche e Sr. Nievisk com suas comissões, foram todos para o gabinete do Ministro, deixando o Departamento, finalmente em seu movimento habitual.
Para mim, o dia podia acabar ali. Eu só queria ir para casa!
- Lucy – Lucca veio em minha direção – preciso falar com você.
Ai ai, o que foi agora?
Entrei novamente na sala da diretoria, Lucca começou:
- Hoje é um dia muito especial!
Como assim? Eu nem comentei que era meu aniversário!
- Um ótimo dia para o Departamento! Passamos confiança à comunidade bruxa e... – ah, sim! Ufa!
Lucca continuou seu discurso empolgado, mas eu já estava de saco cheio! Me deixa ir pra casa!
- ...orgulho inglês e seriedade para todo o Ministério da Magia!
- Ta...tá.. muito comovente, agora, posso ir?
- Não! – ele sorriu.
Agora minha vontade tinha mudado... ir para casa que nada! Eu queria é ESTUPORAR aquela criatura sorridente olhando pra mim!!
- Depois do que eu vou te dizer, você vai querer me dar um beijo!
Er... eu não vi bebida alcoólica sendo servida na reunião, mas vai saber né?
- Ok Dom Juan, fale. – respirei fundo.
- Sente-se Lucy, sente-se...
Fala Logo!!! Que coisa! Como será que se faz um Avada Kedav...
- O Ministro da Magia veio conversar comigo mais cedo. E me deu uma ótima notícia! Lucca parou, provavelmente me esperando perguntar “qual?”. Fiquei em silêncio.
- Hem hem. Hogwarts ficará com a terceira tarefa (Sério? Eu acho que estava na reunião, né?) e iremos nos superar esse ano!
*cri...cri...cri...*
- Er... nosso Departamento, junto com o Departamento de Jogos e Esportes Mágicos, terá permissão temporária para entrar em certas salas do Departamento de Mistérios para elaborar a terceira tarefa do Torneio Tribuxo...
Como?? Eu ouvi direito ou o Ministro bebeu junto com essa pessoa que se diz meu chefe?!
- ... e advinha! Você foi uma das funcionárias escolhidas para ter essa permissão temporária!
Ah, chega! Estou indo embora... vou para minha casa que é o melhor que eu faço.
Levantei-me.
- Aonde você vai? – Lucca falou assustado.
- Ué, vou pra minha casa! E te recomendo o mesmo. Você está precisando descansar Lucca, sério!
- Lucy! Eu estou falando a verdade! Olhe, tome aqui o contrato que você terá que assinar. Funciona como um termo de sigilo. Veja.
E para meu espanto, realmente. Era um termo de sigilo, com meu nome, dizendo que eu tinha permissão temporária desde a presente data, a entrar no Departamento de Mistérios do Ministério da Magia Inglês! E nas últimas linhas dizendo que eu estava assumindo todos os riscos de injúrias e morte (morte??) uma vez assinado aquele documento.
Lucca sorriu ao ver minha cara de espanto.
- Parabéns Lucy! Você foi a única do nosso Departamento a ser escolhida!
Minha cara de espanto continuava a mesma.
- Mas, hum, você não recebeu a permissão também?
- Não, não. O Ministro não quer os chefes de Departamento envolvidos. Chamaria muita atenção.
Sentei-me novamente.
- Vamos Lucy! Comemore!
Comemore? Eu vou assinar meu atestado de óbito em alguns segundos e você quer que eu comemore?! “Riscos de injúrias e morte”...
Duas horas depois, aparatei na porta de casa. Exausta! Queria tomar um banho e ir direto para a cama. Dormir e acabar logo esse dia maldito!
Abri a porta da casa e....
- Surpresa!!!!!!!
Que? Ham? Acenderam a luz e vi meu pai, mãe, Richard, Mika, Charlie, primos, primas, colegas de Departamento, Lucca, todos com chapéuzinho de aniversário, sorrindo para mim.
Não sabia se ria (fala sério, eles estavam ridículos!), ou se chorava, porque eu só queria descansar...
Todos sorrindo, vieram me cumprimentar e entregar presentes.
Depois, no meio da festinha improvisada, puxei Lucca para um canto e perguntei:
- Lucca, a coisa toda do Departamento de Mistérios era tudo brincadeira de aniversário né?!
Ele riu.
- Lucy, você precisava ver sua cara! – eu ri – mas não... era verdade!
- O que????????
O que me consola é que tenho 365 dias ainda pra me preparar pro próximo “Dia do Terror – Inspirado em uma história verdadeira”...
Na minha... ¬¬
segunda-feira, 12 de março de 2007
Esquecimentos
- Lucy!!!!!
Ham? Que? Aonde? Não fui eu!!
- Lucy, você está prestando atenção?
Olho pro lado e vejo minha amiga, Mika, com cara de brava, olhando para mim.
- Ham... ah sim, claro Mika!
- Então, sobre o que eu estava falando?
- Ué, você sabe... sobre aquilo que você... er.. aquela tal coisa, daquele dia...
Dou um suspiro.
- Mika, me desculpa! É que eu realmente não consigo pensar em outra coisa além do...
- ... Richard. – ela completa.
Eu e Mika estávamos sentadas à mesa da minha cozinha, conversando. Mas acho que aquilo estava mais para um monólogo do que pra outra coisa.
Ela tinha acabado de chegar de viagem, e estava contando sobre o dia em que se perdeu no caminho. Ou alguma coisa assim...
- Desculpa mesmo, mas eu não consigo me concentrar em mais nada! Já perdi a hora não sei quantas vezes, esqueci o prazo de vários documentos, e....EI!! QUE DIA É HOJE????? – dei um berro.
Mika pulou da cadeira.
- Acho que dia 11...
- Hoje é aniversário da minha mãe!!! – levantei da cadeira de um salto, corri pro meu quarto, peguei a primeira roupa que vi pela frente, fui pro banheiro pulando com uma perna só enquanto calçava o sapato, escovei os dentes igual minha cara, penteei o cabelo (Mika olhando tudo com cara de assustada). Desci as escadas correndo, abri a porta...
– Mika, fecha a casa pra mim depois! Tenho que ir!
Quando estava na calçada ela vem gritando: - Lucy! Sua bolsa!
Volto correndo, pego a bolsa, e *crac*, aparatei.
Ofegante, estava na soleira da porta da casa dos meus pais.
Respirei fundo e toquei a campainha.
Meu pai atendeu.
- Lucy! Chegou na hora certa!
- Pois é pai, tinha esquecido do aniversário da mamãe... nem ia vir e... – Ops! Falei o que não devia...
- Como?
- Er.. nada não pai – fui entrando pela porta – cadê mamãe?
- Está lá na cozinha...
- Ah, ok. – fui para a cozinha.
Lá estava minha mãe, com minhas tias, alguns primos, primas, etc. A família toda.
Depois de cumprimentar todos, peguei uma caneca de cerveja amanteigada e sentei no sofá.
Meu primo, Michael, veio falar comigo.
- E aí Lucy, como vão as coisas?
- Que? Ah sim, oi Michael. Tudo bom, e vc?
- Tudo também.
E continuamos a conversar normalmente.
O resto do dia foi tranqüilo. Cantamos parabéns, comemos, bebemos, etc. De noite voltei para casa.
Acordei para ir pro trabalho, fui tomar banho e quase me escaldei na água quente!
Acontece.
No café, fui inventar de fazer “ao jeito trouxa de ser”, sem varinha e feitiços, e cortei meu dedo na faca.
Questão de habilidade.
Saí de casa, e quando estava quase aparatando, vi que tinha esquecido minha bolsa (outra vez!!)
Fazer o que?
Entrei e peguei a bolsa, e percebi que estava com a roupa do lado avesso.
Normal.
Antes de sair novamente, me olhei no espelho, para verificar se minha cabeça realmente estava no lugar!
Do jeito que estavam as coisas, vai que eu tinha a esquecido dentro da geladeira...
Cheguei no Ministério, com um sorriso de orelha a orelha, cumprimentando até o azulejo fora do lugar.
Só que... acho que todos estavam com muito mau-humor, ou sono! Poucas pessoas olharam para mim ou responderam o bom dia.
Mas vamos relevar né?! É segunda feira. Dia Mundial da Preguiça.
Passados alguns minutos, todos do Departamento chegaram.
Richard olhou para mim, sorriu e deu um bom dia.
Retribui com um sorriso no rosto.
Durante o dia, Lucca veio várias vezes na minha mesa me cobrar tal documento, me lembrar de assinar tal folha, telefonar para tal pessoa.
- Lucy! Assim não dá! O que está acontecendo com você? Lucy!! Está me ouvindo?? Lucy!!...
Ai um Lembrol....
Ham? Que? Aonde? Não fui eu!!
- Lucy, você está prestando atenção?
Olho pro lado e vejo minha amiga, Mika, com cara de brava, olhando para mim.
- Ham... ah sim, claro Mika!
- Então, sobre o que eu estava falando?
- Ué, você sabe... sobre aquilo que você... er.. aquela tal coisa, daquele dia...
Dou um suspiro.
- Mika, me desculpa! É que eu realmente não consigo pensar em outra coisa além do...
- ... Richard. – ela completa.
Eu e Mika estávamos sentadas à mesa da minha cozinha, conversando. Mas acho que aquilo estava mais para um monólogo do que pra outra coisa.
Ela tinha acabado de chegar de viagem, e estava contando sobre o dia em que se perdeu no caminho. Ou alguma coisa assim...
- Desculpa mesmo, mas eu não consigo me concentrar em mais nada! Já perdi a hora não sei quantas vezes, esqueci o prazo de vários documentos, e....EI!! QUE DIA É HOJE????? – dei um berro.
Mika pulou da cadeira.
- Acho que dia 11...
- Hoje é aniversário da minha mãe!!! – levantei da cadeira de um salto, corri pro meu quarto, peguei a primeira roupa que vi pela frente, fui pro banheiro pulando com uma perna só enquanto calçava o sapato, escovei os dentes igual minha cara, penteei o cabelo (Mika olhando tudo com cara de assustada). Desci as escadas correndo, abri a porta...
– Mika, fecha a casa pra mim depois! Tenho que ir!
Quando estava na calçada ela vem gritando: - Lucy! Sua bolsa!
Volto correndo, pego a bolsa, e *crac*, aparatei.
Ofegante, estava na soleira da porta da casa dos meus pais.
Respirei fundo e toquei a campainha.
Meu pai atendeu.
- Lucy! Chegou na hora certa!
- Pois é pai, tinha esquecido do aniversário da mamãe... nem ia vir e... – Ops! Falei o que não devia...
- Como?
- Er.. nada não pai – fui entrando pela porta – cadê mamãe?
- Está lá na cozinha...
- Ah, ok. – fui para a cozinha.
Lá estava minha mãe, com minhas tias, alguns primos, primas, etc. A família toda.
Depois de cumprimentar todos, peguei uma caneca de cerveja amanteigada e sentei no sofá.
Meu primo, Michael, veio falar comigo.
- E aí Lucy, como vão as coisas?
- Que? Ah sim, oi Michael. Tudo bom, e vc?
- Tudo também.
E continuamos a conversar normalmente.
O resto do dia foi tranqüilo. Cantamos parabéns, comemos, bebemos, etc. De noite voltei para casa.
Acordei para ir pro trabalho, fui tomar banho e quase me escaldei na água quente!
Acontece.
No café, fui inventar de fazer “ao jeito trouxa de ser”, sem varinha e feitiços, e cortei meu dedo na faca.
Questão de habilidade.
Saí de casa, e quando estava quase aparatando, vi que tinha esquecido minha bolsa (outra vez!!)
Fazer o que?
Entrei e peguei a bolsa, e percebi que estava com a roupa do lado avesso.
Normal.
Antes de sair novamente, me olhei no espelho, para verificar se minha cabeça realmente estava no lugar!
Do jeito que estavam as coisas, vai que eu tinha a esquecido dentro da geladeira...
Cheguei no Ministério, com um sorriso de orelha a orelha, cumprimentando até o azulejo fora do lugar.
Só que... acho que todos estavam com muito mau-humor, ou sono! Poucas pessoas olharam para mim ou responderam o bom dia.
Mas vamos relevar né?! É segunda feira. Dia Mundial da Preguiça.
Passados alguns minutos, todos do Departamento chegaram.
Richard olhou para mim, sorriu e deu um bom dia.
Retribui com um sorriso no rosto.
Durante o dia, Lucca veio várias vezes na minha mesa me cobrar tal documento, me lembrar de assinar tal folha, telefonar para tal pessoa.
- Lucy! Assim não dá! O que está acontecendo com você? Lucy!! Está me ouvindo?? Lucy!!...
Ai um Lembrol....
Pára tudo!
- Lucy Johnson, Richard Copeland.
Só me faltava essa! Eu, ali, quieta no meu castelo, trabalhando, quando meu chefe me chama para apresentar o “meu novo colega de Departamento”. Ou, na minha definição: “meu novo colega de Departamento moreno, olhos verdes, super lindo, sorriso perfeito, olhar penetrante e extremamente cheiroso!”.
- Er...ah, prazer! – estendi a mão para cumprimentá-lo.
- O prazer é todo meu. – ele respondeu, mantendo o sorriso.
- Richard foi transferido de outro Departamento e agora veio trabalhar conosco, no lugar de Smith, que se aposentou – continuou Lucca.
Olhei para a mesa do Sr. Smith. Bem do lado da minha.
- Ah sim, seja bem vindo! – “Muito bem vindo! Extremamente bem vindo! Completamente ente ente ente bem vindo!”, pensei comigo – Espero que goste do trabalho.
- Obrigado, tenho certeza de que vou gostar. – disse calmamente.
Mas que saco esse charme dele! Como querem que eu trabalhe direito agora, com um cara desses na mesa do lado?!
Lucca disse que iria mostrar o resto do Departamento para o recém-chegado e os dois saíram.
Pronto, começou! Lá vai Lucy mais uma vez se apaixonar platonicamente, que nem uma bruxinha de 13 anos!
Já não bastasse a vez que me apaixonei pelo meu professor de feitiços em Hogwarts (Prof. Flitwick estava de licença, pelo amor de Deus! Não é o que você está pensando!)
Depois de conhecer todos do Departamento, Richard se sentou e começou a organizar alguns papéis em sua mesa.
Eu, com todo meu profissionalismo... simplesmente não conseguia parar de olhar pra ele! Que coisa!
Claro que conseguia disfarçar um pouco. Mas tinha toda certeza que ele percebia. Ou algum ser humano mexe 10 vezes por minuto no cabelo desse jeito??
Comecei a perceber que as outras mulheres do Departamento também estavam observando demais aquele canto da sala, não sei o porquê. Vai ver a pintura daquele lado era mais bonita na parede...rs.
Passei o resto do dia me controlando para não olhar demais e tentando me concentrar nos afazeres.
O expediente tinha acabado (ô força de vontade!) e eu estava arrumando minhas coisas para ir embora, quando Richard se levantou e veio em minha direção.
- Então, Lucy. O que vai fazer depois do trabalho?
Meio receosa, continuei arrumando minha bolsa, sem olhar para ele.
- Vou pra casa mesmo. Estou morta.
- Mas hoje é sexta feira. Que tal um drinque no Três Vassouras?
Direto ele, não?
Pensei por um segundo...e quase falei “Claro!! Que pergunta idiota!”, mas enrolei mais dois segundos para dar uma de “é, é... vou pensar no seu caso”, e respondi:
- Hum, não sei. Eu realmente estou muito cansada. – impressionante a cara de pau do ser humano.
- Ah, vamos lá. Ninguém dorme cedo numa sexta feira de noite.
Ele realmente nem precisava está falando nada daquilo. Eu já tinha aceitado qualquer coisa desde a hora do “prazer em te conhecer”.
Enrolei mais um pouquinho, mas tive que aceitar logo, vai que ele desiste!
- Ah, ok. – dei um sorriso.
Ele sorriu de volta. - Ótimo, então, vamos?
- Vamos. – saí de trás da mesa e ele me acompanhou passando pela porta marrom do Departamento e fomos em direção aos elevadores.
Dia de sexta feira o movimento é pouco, depois do expediente. Então, ficamos esperando ali, sozinhos no corredor. Nenhum dos dois falou alguma coisa, enquanto o elevador chegava.
Entramos e cumprimentamos uma bruxa, de seus 50 anos, com um chapéu verde, vestes vermelhas e um cinto dourado (quase perguntei se já era natal), brega que nem usar pochete na cintura pra carregar varinha....
Ela saltou alguns segundos depois. Eu e Richard ficamos sozinhos novamente no elevador.
- Então – ele começou – há quanto tempo você está trabalhando no Ministério?
- Moro em Londres há um ano e meio, e estou aqui há um ano. – respondi. - E você, quanto tempo trabalha aqui? – continuei puxando assunto.
- Há três anos. – respondeu calmamente olhando para mim, e depois olhou para o marcador de andares do elevador. Eu segui o olhar.
O marcador simplesmente tinha parado. E agora, parando para perceber, o elevador não estava se mexendo.
- Acho que o elevador deu defeito! – falei um pouco assustada.
Richard não respondeu. Aproximou-se da porta e tentou abri-la com as mãos.
- Sim, acho que deu defeito. As portas estão travadas... Alohomora!
Continuaram intactas.
Puxei minha varinha e... Evanesco!
Richard continuou... – Deletrius! ... Diffindo! – nada.
- Que estranho, nunca vi esses elevadores darem problema. – Richard falou calmamente, olhando pros lados e para cima.
Mas agora, pára tudo e vamos analisar a situação.
Se essa cena tivesse acontecido comigo sozinha, ou acompanhada de algum ser humano excêntrico que nem a Mamãe Noel de agora a pouco, o que eu faria?
Opção A - gritaria por ajuda; opção B – gritaria por ajuda, começando a ficar nervosa e histérica; ou opção C – gritaria por ajuda, começando a ficar nervosa e histérica, e tendo um ataque de claustrofobia!
Mas, ali, presa no elevador com meu colega de Departamento super, hiper, mega sei la o que de bom, quem ligaria de ficar presa?Eu pelo menos não...
Passados uns minutos e alguns gritos de socorro, o elevador continuava parado. Richard resolveu sentar-se no chão. Acompanhei.
- Ai ai, essas coisas só acontecem comigo! – falei num tom distraído.
Richard riu.
Ali sentados, começamos a falar das nossas vidas, carreiras, planos, etc. Descobri que ele sempre quis a carreira de Diplomacia, sua família por parte de mãe era irlandesa e por parte de pai inglesa, era filho único como eu, freqüentou uma escola de magia Irlandesa, seu pai era chefe do Departamento de Execuções de Leis Internacionais.
Um background no mínimo curioso. Pra variar, mais alguma coisa interessante naquela criatura sentada ao meu lado!
Me perguntou sobre várias coisas da minha vida também. Claro que nada de muito interessante, mas o jeito que ele me olhava, parecia que estavam falando a fórmula mágica da Pedra Filosofal.
Passados vários e vários minutos, já éramos íntimos e velhos amigos de infância!
- Mas então, Lucy. Por que uma mulher tão interessante e bonita como você, não tem um namorado?
Eu, extremamente sem graça, claro... dei uma risadinha e fiquei em silêncio. Ele continuou.
- Mas sério! Hoje em dia é difícil achar garotas como você...
Fala sério né? Ou tudo que ele tem de bonito, tem de cego e retardado, ou realmente, dá licença que eu to podendo!
- Ah, mas no momento estou muito focada na minha profissão. – “Aham, ta!” – E também, não achei ninguém interessante (“como você!”) para ter algum tipo de relacionamento.
Ele sorriu e falou: - Então, quem sabe já não encontrou?
Nossa!
Eu sei que é chato, mas... Pára tudo de novo!!
Merlin! Passo mal com umas coisas dessas!
As opções dessa vez são: A – voaria no pescoço dele; B – voaria no pescoço dele, e dava aquele beijão!; C – todas as anteriores e mais um monte de coisas impróprias pro horário.
Richard continuava sorrindo, e eu sem reação nenhuma fiquei parada.
Nisso ele foi se aproximando (!!), aproximando, pegou minha mão, aproximou mais um pouco e....
*crac*
O elevador deu um pequeno arranque e começou a movimentar.
Nós dois tomamos um susto e nos levantamos de um pulo.
Alguns segundos depois as portas abrem-se no Saguão, e saímos do elevador com o Sr. Gibble pedindo mil desculpas, porque não sabia o que tinha acontecido, iria informar à diretoria sobre o problema, e blá blá blá.
Na verdade, nem ouvi direito o que ele disse. Minha indignação e raiva era tanta!
Maldito elevador! Olha a hora que resolveu voltar a funcionar!!!
Depois do mal entendido, saímos do Ministério.
- Ainda disposta a sair, depois da nossa pequena aventura? – ele me pergunta com um sorriso no rosto.
Eu começo a rir e aceito novamente o convite.
Chegando no Três Vassouras, aquele movimento habitual de sexta feira.
Conseguimos uma mesa no canto e pedimos duas canecas de cerveja amanteigada.
Conversamos por mais algumas horas e depois fomos embora.
Na porta da minha casa, Richard se despede: - Lucy, prazer em te conhecer, adorei sua companhia, e espero que possamos ser bons amigos por um bom temp.... – mal ele tinha falado e eu já me aproximei e começamos a nos beijar.
Eu acho que nem preciso comentar sobre essa parte né?!
A melhor opção disparada é a letra C do segundo “pára tudo!”....
Só me faltava essa! Eu, ali, quieta no meu castelo, trabalhando, quando meu chefe me chama para apresentar o “meu novo colega de Departamento”. Ou, na minha definição: “meu novo colega de Departamento moreno, olhos verdes, super lindo, sorriso perfeito, olhar penetrante e extremamente cheiroso!”.
- Er...ah, prazer! – estendi a mão para cumprimentá-lo.
- O prazer é todo meu. – ele respondeu, mantendo o sorriso.
- Richard foi transferido de outro Departamento e agora veio trabalhar conosco, no lugar de Smith, que se aposentou – continuou Lucca.
Olhei para a mesa do Sr. Smith. Bem do lado da minha.
- Ah sim, seja bem vindo! – “Muito bem vindo! Extremamente bem vindo! Completamente ente ente ente bem vindo!”, pensei comigo – Espero que goste do trabalho.
- Obrigado, tenho certeza de que vou gostar. – disse calmamente.
Mas que saco esse charme dele! Como querem que eu trabalhe direito agora, com um cara desses na mesa do lado?!
Lucca disse que iria mostrar o resto do Departamento para o recém-chegado e os dois saíram.
Pronto, começou! Lá vai Lucy mais uma vez se apaixonar platonicamente, que nem uma bruxinha de 13 anos!
Já não bastasse a vez que me apaixonei pelo meu professor de feitiços em Hogwarts (Prof. Flitwick estava de licença, pelo amor de Deus! Não é o que você está pensando!)
Depois de conhecer todos do Departamento, Richard se sentou e começou a organizar alguns papéis em sua mesa.
Eu, com todo meu profissionalismo... simplesmente não conseguia parar de olhar pra ele! Que coisa!
Claro que conseguia disfarçar um pouco. Mas tinha toda certeza que ele percebia. Ou algum ser humano mexe 10 vezes por minuto no cabelo desse jeito??
Comecei a perceber que as outras mulheres do Departamento também estavam observando demais aquele canto da sala, não sei o porquê. Vai ver a pintura daquele lado era mais bonita na parede...rs.
Passei o resto do dia me controlando para não olhar demais e tentando me concentrar nos afazeres.
O expediente tinha acabado (ô força de vontade!) e eu estava arrumando minhas coisas para ir embora, quando Richard se levantou e veio em minha direção.
- Então, Lucy. O que vai fazer depois do trabalho?
Meio receosa, continuei arrumando minha bolsa, sem olhar para ele.
- Vou pra casa mesmo. Estou morta.
- Mas hoje é sexta feira. Que tal um drinque no Três Vassouras?
Direto ele, não?
Pensei por um segundo...e quase falei “Claro!! Que pergunta idiota!”, mas enrolei mais dois segundos para dar uma de “é, é... vou pensar no seu caso”, e respondi:
- Hum, não sei. Eu realmente estou muito cansada. – impressionante a cara de pau do ser humano.
- Ah, vamos lá. Ninguém dorme cedo numa sexta feira de noite.
Ele realmente nem precisava está falando nada daquilo. Eu já tinha aceitado qualquer coisa desde a hora do “prazer em te conhecer”.
Enrolei mais um pouquinho, mas tive que aceitar logo, vai que ele desiste!
- Ah, ok. – dei um sorriso.
Ele sorriu de volta. - Ótimo, então, vamos?
- Vamos. – saí de trás da mesa e ele me acompanhou passando pela porta marrom do Departamento e fomos em direção aos elevadores.
Dia de sexta feira o movimento é pouco, depois do expediente. Então, ficamos esperando ali, sozinhos no corredor. Nenhum dos dois falou alguma coisa, enquanto o elevador chegava.
Entramos e cumprimentamos uma bruxa, de seus 50 anos, com um chapéu verde, vestes vermelhas e um cinto dourado (quase perguntei se já era natal), brega que nem usar pochete na cintura pra carregar varinha....
Ela saltou alguns segundos depois. Eu e Richard ficamos sozinhos novamente no elevador.
- Então – ele começou – há quanto tempo você está trabalhando no Ministério?
- Moro em Londres há um ano e meio, e estou aqui há um ano. – respondi. - E você, quanto tempo trabalha aqui? – continuei puxando assunto.
- Há três anos. – respondeu calmamente olhando para mim, e depois olhou para o marcador de andares do elevador. Eu segui o olhar.
O marcador simplesmente tinha parado. E agora, parando para perceber, o elevador não estava se mexendo.
- Acho que o elevador deu defeito! – falei um pouco assustada.
Richard não respondeu. Aproximou-se da porta e tentou abri-la com as mãos.
- Sim, acho que deu defeito. As portas estão travadas... Alohomora!
Continuaram intactas.
Puxei minha varinha e... Evanesco!
Richard continuou... – Deletrius! ... Diffindo! – nada.
- Que estranho, nunca vi esses elevadores darem problema. – Richard falou calmamente, olhando pros lados e para cima.
Mas agora, pára tudo e vamos analisar a situação.
Se essa cena tivesse acontecido comigo sozinha, ou acompanhada de algum ser humano excêntrico que nem a Mamãe Noel de agora a pouco, o que eu faria?
Opção A - gritaria por ajuda; opção B – gritaria por ajuda, começando a ficar nervosa e histérica; ou opção C – gritaria por ajuda, começando a ficar nervosa e histérica, e tendo um ataque de claustrofobia!
Mas, ali, presa no elevador com meu colega de Departamento super, hiper, mega sei la o que de bom, quem ligaria de ficar presa?Eu pelo menos não...
Passados uns minutos e alguns gritos de socorro, o elevador continuava parado. Richard resolveu sentar-se no chão. Acompanhei.
- Ai ai, essas coisas só acontecem comigo! – falei num tom distraído.
Richard riu.
Ali sentados, começamos a falar das nossas vidas, carreiras, planos, etc. Descobri que ele sempre quis a carreira de Diplomacia, sua família por parte de mãe era irlandesa e por parte de pai inglesa, era filho único como eu, freqüentou uma escola de magia Irlandesa, seu pai era chefe do Departamento de Execuções de Leis Internacionais.
Um background no mínimo curioso. Pra variar, mais alguma coisa interessante naquela criatura sentada ao meu lado!
Me perguntou sobre várias coisas da minha vida também. Claro que nada de muito interessante, mas o jeito que ele me olhava, parecia que estavam falando a fórmula mágica da Pedra Filosofal.
Passados vários e vários minutos, já éramos íntimos e velhos amigos de infância!
- Mas então, Lucy. Por que uma mulher tão interessante e bonita como você, não tem um namorado?
Eu, extremamente sem graça, claro... dei uma risadinha e fiquei em silêncio. Ele continuou.
- Mas sério! Hoje em dia é difícil achar garotas como você...
Fala sério né? Ou tudo que ele tem de bonito, tem de cego e retardado, ou realmente, dá licença que eu to podendo!
- Ah, mas no momento estou muito focada na minha profissão. – “Aham, ta!” – E também, não achei ninguém interessante (“como você!”) para ter algum tipo de relacionamento.
Ele sorriu e falou: - Então, quem sabe já não encontrou?
Nossa!
Eu sei que é chato, mas... Pára tudo de novo!!
Merlin! Passo mal com umas coisas dessas!
As opções dessa vez são: A – voaria no pescoço dele; B – voaria no pescoço dele, e dava aquele beijão!; C – todas as anteriores e mais um monte de coisas impróprias pro horário.
Richard continuava sorrindo, e eu sem reação nenhuma fiquei parada.
Nisso ele foi se aproximando (!!), aproximando, pegou minha mão, aproximou mais um pouco e....
*crac*
O elevador deu um pequeno arranque e começou a movimentar.
Nós dois tomamos um susto e nos levantamos de um pulo.
Alguns segundos depois as portas abrem-se no Saguão, e saímos do elevador com o Sr. Gibble pedindo mil desculpas, porque não sabia o que tinha acontecido, iria informar à diretoria sobre o problema, e blá blá blá.
Na verdade, nem ouvi direito o que ele disse. Minha indignação e raiva era tanta!
Maldito elevador! Olha a hora que resolveu voltar a funcionar!!!
Depois do mal entendido, saímos do Ministério.
- Ainda disposta a sair, depois da nossa pequena aventura? – ele me pergunta com um sorriso no rosto.
Eu começo a rir e aceito novamente o convite.
Chegando no Três Vassouras, aquele movimento habitual de sexta feira.
Conseguimos uma mesa no canto e pedimos duas canecas de cerveja amanteigada.
Conversamos por mais algumas horas e depois fomos embora.
Na porta da minha casa, Richard se despede: - Lucy, prazer em te conhecer, adorei sua companhia, e espero que possamos ser bons amigos por um bom temp.... – mal ele tinha falado e eu já me aproximei e começamos a nos beijar.
Eu acho que nem preciso comentar sobre essa parte né?!
A melhor opção disparada é a letra C do segundo “pára tudo!”....
Maldito Papel
Sabe aqueles dias que você sai da cama, tendo certeza de que não deveria ter saído? Você já sente alguma coisa estranha, uma sensação do tipo que, quando for atravessar a rua, vai ser atropelado pelo Expresso de Hogwarts, ou algo parecido.
Foi assim que eu acordei.
Era domingo e meu despertador, graças a Deus, não tocou (dessa vez sem idas precipitadas ao Ministério!).
Moro sozinha há 1 ano e meio. Sou filha única e meus pais moram numa cidadezinha perto de Londres, mas não saem de lá nem que a fênix tussa!
Desde pequena aprendi a me virar e agora, mais ainda.
Fui para a cozinha e com três balanços de varinha, meu café da manhã já estava pronto. Minha mãe sempre insistira em me ensinar feitiços domésticos, agora agradeço a ela todos os dias da minha vida!
Com mais 3 balanços de varinha, já satisfeita, a bagunça foi arrumada.
Tinha o dia todo livre, para botar em ordem os papéis do Departamento, mas ali, não havia mágica que fosse... pra organizar tudo! Teria que fazer o papel de nossos queridos amigos trouxas e botar - como dizem os próprios - “as mãos na massa”.
Sentei-me então à mesa, com duas pilhas de papéis de cada lado, peguei pena e tinteiro e comecei a listar todos os documentos da primeira pilha, colocando em devida ordem por nome e data.
“Declaração Sobre Uso De Objetos Encantados Em Países Estrangeiros”, “Formulário para Liberação de Tráfego de Animais Em Viagens Internacionais”, “Requerimento de Posse Sobre Terrenos Em Dupla Fronteira”, e mais algumas chatices... os chamados “ócios do ofício”.
Passados alguns minutos já estava com folhas e folhas espalhadas pela mesa, cadeiras, chão(só faltava no teto!) e toda suja de tinta.
- Pronto, vamos pro próximo. – falei baixo comigo.
Tirei outro da pilha e vi que embaixo, contrastando com todos os papéis brancos, tinha um azul, de aspecto muito velho, apenas com uma frase em letras vermelhas minúsculas.
- Mas que diabos é isso? – peguei a folha na mão e apertei os olhos para tentar ler melhor.
Repeti mentalmente a frase por alguns segundos, até perceber que realmente eu não tinha entendido nada.
Só faltava essa... algum engraçadinho tinha deixado um bilhete, ou seja lá o que for isso, dentro dos documentos do Departamento. Ai se meu chefe ver isso!
Rasguei o papel e fui para o próximo.
Depois de duas horas (pareceram 10!) acabei a primeira pilha de papéis.
Levantei um pouco da cadeira, me espreguicei e fui tomar uma xícara de café na cozinha.
Quando voltei, lá estava ele.
O mesmo papel, azul, velho, letras vermelhas, em cima da outra pilha de papéis. Arregalei os olhos e corri para ver se eu realmente não estava ficando doida. Como que o papel que eu acabei de rasgar foi parar ali???
Peguei-o e apertei os olhos novamente. Era a mesma frase do outro. Ou desse, ou... sei lá! Não estou entendendo mais nada!
Depois de alguns segundos inconformada, larguei o papel na mesa, tirei minha varinha do bolso e... aparecium!
Era o único feitiço “revelador de segredos” que eu conhecia, ou que lembrava na hora.
Mas o papel azul continuou como era: um papel azul.
Ou melhor, um papel-azul-que-já-estava-me-tirando-a-paciência!
Larguei a varinha na mesa, e rasguei de novo. Joguei na lixeira e tampei.
Como se nada tivesse acontecido (ou pelo menos, eu fingia assim), me sentei novamente e recomecei meu trabalho. De vez em quando olhava para trás, para a mesa, para baixo, para cima, procurando algum sinal do tal papel. Mas nada.
Passados vários minutos, o pensamento do dito cujo se esvaiu da minha mente e voltei a me concentrar nas declarações e requerimentos da vida.
Quando o ponteiro do relógio marcou onze horas da noite, tinha anotado o último documento da mesa e suspirei. Tinha acabado e estava exausta!
Tomei um banho bem demorado, comi alguma coisa e fui dormir. Me espreguicei, bocejei, tirei o edredom de cima da cama e...
- *%#*$&*!!!!!!!
Era ele.
- Não é possível!! – dei um berro que deve ter acordado a vizinhança toda.
Peguei o papel, já bufando de raiva, rasguei em todos os mínimos pedacinhos que meu dedos conseguiram, joguei na cama, peguei minha varinha e gritei (coitados dos meus vizinhos...) Incendio! Nada do papel pegar fogo.
Incendio!!
Nada.
Iiiiiiiin-ceeeeeeeeen-diiiiii-ooooooooo!!
*BUM!*
Minha cama explodiu, pegando fogo.
- Socorro!! Aguamenti! Aguamenti!! – fiquei dando pulinhos no mesmo lugar, apontando a varinha para a cama em chamas.
Depois de alguns minutos e vários jatos d’água, apaguei o fogo e agora subia uma fumaça que invadiu toda a casa, impedindo que eu enxergasse a um palmo na minha frente.
Xingando todos os antepassados da árvore que foi derrubada para fabricação daquele papel, abri as janelas da casa, esperando a fumaça baixar.
- Reparo – apontei para a cama, que voltou ao normal.
Sentei na beira da cama, exausta, tossindo da fumaça que ainda insistia em empestear a casa. Olhei em volta, nenhum sinal do papel pelo menos.
Respirei fundo, fechei os olhos e comecei a repetir lentamente “você está sonhando, você está sonhando, você está sonhand...” ham? que isso?
Abaixei a cabeça e olhei para a cama. Minha mão estava em cima de um....
- AH NÃO!!!! VOCÊ DEVE ESTÁ DE BRINCADEIRA COMIGO NÉÉÉ???
Havia um papel azul embaixo da minha mão, todo amassado, mas eu tinha certeza que era o dito cujo! Dava para ver alguns resquícios de queimado na borda do papel.
Peguei-o na mão, li a mesma frase que já tinha lido anteriormente.
Respirei fundo de novo.
- Bom, se eu amasso, jogo fora, rasgo ou queimo, ele volta – pensei comigo mesma – eu vou deixar ele quietinho dentro de uma gaveta então! Não vai mais me encher o saco.
Abri a primeira gaveta da cômoda, coloquei o papel dentro e fechei.
- Pronto. – falei aliviada.
Esperei mais alguns minutos sentada na cama. Mais uma vez eu em uma situação ridícula: sentada na cama esperando um papel aparecer!
Devo estar ficando maluca das idéias mesmo.
Depois de alguns minutos aguardando, verifiquei todo o quarto, nenhum sinal dele.
Olhei na gaveta, continuava lá.
Aliviada, fui dormir.
– Nox – as luzes apagaram.
Seis horas da manhã, meu despertador toca.
Depois de uma noite conturbada com sonhos de papéis correndo atrás de mim, abro os olhos e me levanto.
Primeira coisa que eu faço é abrir a gaveta onde coloquei o papel e verificar..... que......ele.... não estava lá!
Verifiquei toda a gaveta, tirei tudo que tinha, tirei a gaveta, coloquei em cima da cama, sacudi para cima, sacudi para baixo e nada de papel.
- Chega! Me cansei disso!! – gritei irritada.
Fingindo naturalidade, continuei minha rotina, me arrumei e no devido horário, aparatei para o Ministério.
Chegando lá, na correria matinal habitual, achei meu colega de Departamento, Charlie, saindo de uma lareira.
- Charlie! Charlie! – gritei e ele olhou.
- Bom dia! – ele falou sorrindo.
- ‘Dia... olha só, preciso te contar uma coisa importante! Mas-você-vai-achar-que-eu-estou-ficando-doida-mas-eu-tenho-certeza-que-isso-aconteceu-de- verdade-e-eu-não-sei-mais-o-que-pens...
- Calma! Lucy, calma! Fala uma coisa de cada vez.
Respirei fundo e recomecei.
- Ok... Ontem eu estava trabalhando nos documentos do Departamento, quando...
E contei toda a história.
Charlie começou a rir.
- Você está falando sério? – ele disse, tentando segurando o riso agora.
- Sim!! Sim!! Mais sério do que nunca! – eu disse, começando a ficar irritada.
- Lucy, você deve ter trabalhado até tarde, acontece essas coisas, alucinações, delírios....
- Não! Aconteceu de verdade!
- Ok, então... aonde está o papel? – disse num tom irônico.
- Ele sumiu! Não acabei de te falar? Hoje quando eu acordei, abri a gaveta e ele tinha sumido!
Charlie olhou para mim por alguns instantes e depois falou.
- Vou falar com o Sr. North, você está precisando de férias!
Lucca North era o chefe do Departamento de Cooperação Internacional.
- Não estou! E não vai falar nada com o Lucca – eu quase nunca o chamava pelo sobrenome. – Charlie, quer saber? Deixa pra lá! Eu devo estar ficando maluca mesmo...
Virei as costas e fui em direção aos elevadores.
Era melhor deixar pra lá mesmo. Ninguém iria acreditar. Pensando bem, nem eu! Tirando o pequeno detalhe que a história tinha acontecido comigo...
Durante todo o dia, eu olhava para os lados com cara de susto, pensando que a qualquer momento um papel azul fosse pular em mim.
Charlie passou todo o dia me observando de longe.
No fim do expediente, juntei minhas coisas e fui embora, antes que Charlie pudesse ter uma oportunidade de querer conversar comigo sobre o assunto.
Resolvi não ir pra casa.
O Beco Diagonal é um dos poucos lugares onde eu me sinto confortável de andar, fazer compras, conversar com as pessoas, ou simplesmente ir para ficar sentada em algum bar ou sorveteria, observando.
Resolvi andar um pouco, ver o movimento, olhar as vitrines, para me distrair.
Estou andando normalmente, quando tropeço num papel grudado na sola do pé.
Abaixo a mão e pego o papel azul (sim!!!) grudado no meu sapato.
Juro que se eu estivesse na minha casa, por Merlin que iria gritar, esperniar, rasgar, queimar, triturar, molhar, destroçar e todos os verbos no infinitivo possíveis! Sem me importar se a casa iria pegar fogo ou explodir!Mas mantive a calma, dobrei o papel e coloquei no bolso. Continuei andando.
Se já não bastasse eu pisar no dito cujo do papel, agora, olho para uma vitrine e tenho um choque!
Um monte de papéis azuis iguaizinhos ao que eu tenho no bolso, pendurados, sumindo e aparecendo, de um lado pro outro!
Uma raiva tomou conta de mim, meu sangue começo a ficar quente, e quando enfio a mão no bolso para verificar o papel, ele não está mais lá!
Olho para cima, no letreiro da loja, e tudo fez sentido.
Sabe aqueles gêmeos ruivos, que ficaram famosos em Hogwarts......
.... como é mesmo o nome?
Foi assim que eu acordei.
Era domingo e meu despertador, graças a Deus, não tocou (dessa vez sem idas precipitadas ao Ministério!).
Moro sozinha há 1 ano e meio. Sou filha única e meus pais moram numa cidadezinha perto de Londres, mas não saem de lá nem que a fênix tussa!
Desde pequena aprendi a me virar e agora, mais ainda.
Fui para a cozinha e com três balanços de varinha, meu café da manhã já estava pronto. Minha mãe sempre insistira em me ensinar feitiços domésticos, agora agradeço a ela todos os dias da minha vida!
Com mais 3 balanços de varinha, já satisfeita, a bagunça foi arrumada.
Tinha o dia todo livre, para botar em ordem os papéis do Departamento, mas ali, não havia mágica que fosse... pra organizar tudo! Teria que fazer o papel de nossos queridos amigos trouxas e botar - como dizem os próprios - “as mãos na massa”.
Sentei-me então à mesa, com duas pilhas de papéis de cada lado, peguei pena e tinteiro e comecei a listar todos os documentos da primeira pilha, colocando em devida ordem por nome e data.
“Declaração Sobre Uso De Objetos Encantados Em Países Estrangeiros”, “Formulário para Liberação de Tráfego de Animais Em Viagens Internacionais”, “Requerimento de Posse Sobre Terrenos Em Dupla Fronteira”, e mais algumas chatices... os chamados “ócios do ofício”.
Passados alguns minutos já estava com folhas e folhas espalhadas pela mesa, cadeiras, chão(só faltava no teto!) e toda suja de tinta.
- Pronto, vamos pro próximo. – falei baixo comigo.
Tirei outro da pilha e vi que embaixo, contrastando com todos os papéis brancos, tinha um azul, de aspecto muito velho, apenas com uma frase em letras vermelhas minúsculas.
- Mas que diabos é isso? – peguei a folha na mão e apertei os olhos para tentar ler melhor.
Repeti mentalmente a frase por alguns segundos, até perceber que realmente eu não tinha entendido nada.
Só faltava essa... algum engraçadinho tinha deixado um bilhete, ou seja lá o que for isso, dentro dos documentos do Departamento. Ai se meu chefe ver isso!
Rasguei o papel e fui para o próximo.
Depois de duas horas (pareceram 10!) acabei a primeira pilha de papéis.
Levantei um pouco da cadeira, me espreguicei e fui tomar uma xícara de café na cozinha.
Quando voltei, lá estava ele.
O mesmo papel, azul, velho, letras vermelhas, em cima da outra pilha de papéis. Arregalei os olhos e corri para ver se eu realmente não estava ficando doida. Como que o papel que eu acabei de rasgar foi parar ali???
Peguei-o e apertei os olhos novamente. Era a mesma frase do outro. Ou desse, ou... sei lá! Não estou entendendo mais nada!
Depois de alguns segundos inconformada, larguei o papel na mesa, tirei minha varinha do bolso e... aparecium!
Era o único feitiço “revelador de segredos” que eu conhecia, ou que lembrava na hora.
Mas o papel azul continuou como era: um papel azul.
Ou melhor, um papel-azul-que-já-estava-me-tirando-a-paciência!
Larguei a varinha na mesa, e rasguei de novo. Joguei na lixeira e tampei.
Como se nada tivesse acontecido (ou pelo menos, eu fingia assim), me sentei novamente e recomecei meu trabalho. De vez em quando olhava para trás, para a mesa, para baixo, para cima, procurando algum sinal do tal papel. Mas nada.
Passados vários minutos, o pensamento do dito cujo se esvaiu da minha mente e voltei a me concentrar nas declarações e requerimentos da vida.
Quando o ponteiro do relógio marcou onze horas da noite, tinha anotado o último documento da mesa e suspirei. Tinha acabado e estava exausta!
Tomei um banho bem demorado, comi alguma coisa e fui dormir. Me espreguicei, bocejei, tirei o edredom de cima da cama e...
- *%#*$&*!!!!!!!
Era ele.
- Não é possível!! – dei um berro que deve ter acordado a vizinhança toda.
Peguei o papel, já bufando de raiva, rasguei em todos os mínimos pedacinhos que meu dedos conseguiram, joguei na cama, peguei minha varinha e gritei (coitados dos meus vizinhos...) Incendio! Nada do papel pegar fogo.
Incendio!!
Nada.
Iiiiiiiin-ceeeeeeeeen-diiiiii-ooooooooo!!
*BUM!*
Minha cama explodiu, pegando fogo.
- Socorro!! Aguamenti! Aguamenti!! – fiquei dando pulinhos no mesmo lugar, apontando a varinha para a cama em chamas.
Depois de alguns minutos e vários jatos d’água, apaguei o fogo e agora subia uma fumaça que invadiu toda a casa, impedindo que eu enxergasse a um palmo na minha frente.
Xingando todos os antepassados da árvore que foi derrubada para fabricação daquele papel, abri as janelas da casa, esperando a fumaça baixar.
- Reparo – apontei para a cama, que voltou ao normal.
Sentei na beira da cama, exausta, tossindo da fumaça que ainda insistia em empestear a casa. Olhei em volta, nenhum sinal do papel pelo menos.
Respirei fundo, fechei os olhos e comecei a repetir lentamente “você está sonhando, você está sonhando, você está sonhand...” ham? que isso?
Abaixei a cabeça e olhei para a cama. Minha mão estava em cima de um....
- AH NÃO!!!! VOCÊ DEVE ESTÁ DE BRINCADEIRA COMIGO NÉÉÉ???
Havia um papel azul embaixo da minha mão, todo amassado, mas eu tinha certeza que era o dito cujo! Dava para ver alguns resquícios de queimado na borda do papel.
Peguei-o na mão, li a mesma frase que já tinha lido anteriormente.
Respirei fundo de novo.
- Bom, se eu amasso, jogo fora, rasgo ou queimo, ele volta – pensei comigo mesma – eu vou deixar ele quietinho dentro de uma gaveta então! Não vai mais me encher o saco.
Abri a primeira gaveta da cômoda, coloquei o papel dentro e fechei.
- Pronto. – falei aliviada.
Esperei mais alguns minutos sentada na cama. Mais uma vez eu em uma situação ridícula: sentada na cama esperando um papel aparecer!
Devo estar ficando maluca das idéias mesmo.
Depois de alguns minutos aguardando, verifiquei todo o quarto, nenhum sinal dele.
Olhei na gaveta, continuava lá.
Aliviada, fui dormir.
– Nox – as luzes apagaram.
Seis horas da manhã, meu despertador toca.
Depois de uma noite conturbada com sonhos de papéis correndo atrás de mim, abro os olhos e me levanto.
Primeira coisa que eu faço é abrir a gaveta onde coloquei o papel e verificar..... que......ele.... não estava lá!
Verifiquei toda a gaveta, tirei tudo que tinha, tirei a gaveta, coloquei em cima da cama, sacudi para cima, sacudi para baixo e nada de papel.
- Chega! Me cansei disso!! – gritei irritada.
Fingindo naturalidade, continuei minha rotina, me arrumei e no devido horário, aparatei para o Ministério.
Chegando lá, na correria matinal habitual, achei meu colega de Departamento, Charlie, saindo de uma lareira.
- Charlie! Charlie! – gritei e ele olhou.
- Bom dia! – ele falou sorrindo.
- ‘Dia... olha só, preciso te contar uma coisa importante! Mas-você-vai-achar-que-eu-estou-ficando-doida-mas-eu-tenho-certeza-que-isso-aconteceu-de- verdade-e-eu-não-sei-mais-o-que-pens...
- Calma! Lucy, calma! Fala uma coisa de cada vez.
Respirei fundo e recomecei.
- Ok... Ontem eu estava trabalhando nos documentos do Departamento, quando...
E contei toda a história.
Charlie começou a rir.
- Você está falando sério? – ele disse, tentando segurando o riso agora.
- Sim!! Sim!! Mais sério do que nunca! – eu disse, começando a ficar irritada.
- Lucy, você deve ter trabalhado até tarde, acontece essas coisas, alucinações, delírios....
- Não! Aconteceu de verdade!
- Ok, então... aonde está o papel? – disse num tom irônico.
- Ele sumiu! Não acabei de te falar? Hoje quando eu acordei, abri a gaveta e ele tinha sumido!
Charlie olhou para mim por alguns instantes e depois falou.
- Vou falar com o Sr. North, você está precisando de férias!
Lucca North era o chefe do Departamento de Cooperação Internacional.
- Não estou! E não vai falar nada com o Lucca – eu quase nunca o chamava pelo sobrenome. – Charlie, quer saber? Deixa pra lá! Eu devo estar ficando maluca mesmo...
Virei as costas e fui em direção aos elevadores.
Era melhor deixar pra lá mesmo. Ninguém iria acreditar. Pensando bem, nem eu! Tirando o pequeno detalhe que a história tinha acontecido comigo...
Durante todo o dia, eu olhava para os lados com cara de susto, pensando que a qualquer momento um papel azul fosse pular em mim.
Charlie passou todo o dia me observando de longe.
No fim do expediente, juntei minhas coisas e fui embora, antes que Charlie pudesse ter uma oportunidade de querer conversar comigo sobre o assunto.
Resolvi não ir pra casa.
O Beco Diagonal é um dos poucos lugares onde eu me sinto confortável de andar, fazer compras, conversar com as pessoas, ou simplesmente ir para ficar sentada em algum bar ou sorveteria, observando.
Resolvi andar um pouco, ver o movimento, olhar as vitrines, para me distrair.
Estou andando normalmente, quando tropeço num papel grudado na sola do pé.
Abaixo a mão e pego o papel azul (sim!!!) grudado no meu sapato.
Juro que se eu estivesse na minha casa, por Merlin que iria gritar, esperniar, rasgar, queimar, triturar, molhar, destroçar e todos os verbos no infinitivo possíveis! Sem me importar se a casa iria pegar fogo ou explodir!Mas mantive a calma, dobrei o papel e coloquei no bolso. Continuei andando.
Se já não bastasse eu pisar no dito cujo do papel, agora, olho para uma vitrine e tenho um choque!
Um monte de papéis azuis iguaizinhos ao que eu tenho no bolso, pendurados, sumindo e aparecendo, de um lado pro outro!
Uma raiva tomou conta de mim, meu sangue começo a ficar quente, e quando enfio a mão no bolso para verificar o papel, ele não está mais lá!
Olho para cima, no letreiro da loja, e tudo fez sentido.
Sabe aqueles gêmeos ruivos, que ficaram famosos em Hogwarts......
.... como é mesmo o nome?
Ministério da Magia
6:00 horas da manhã.
Acordei e por incrível que pareça, meu despertador não tocou, como em todas as manhãs de trabalho.
Como o sono ainda era grande pra ter vontade de verificar algum problema no maldito despertador, deixei pra lá e com cara de quem foi dormir há 10 minutos, levantei e fui direto para o banheiro. Me olhei no espelho e uma descabelada, com olheiras e uma marca de travesseiro dobrado no rosto, olhou para mim de volta.
Espreguicei-me e repassei pela mente tudo o que eu tinha que fazer naquele dia.
Muitos papéis, encontros, reuniões, enfim... um dia daqueles!
Alguns minutos depois, já estava pronta para aparatar pra o trabalho.
Ministério da Magia, conhecem?
Então, esse mesmo.
Me formei faz 2 anos e agora trabalho no Departamento de Cooperação Internacional.
É um trabalho bom, mas muito difícil e toma praticamente todo meu tempo.
Meu chefe é uma graça. Não, não estou dando em cima de ninguém! Mas que é verdade, é.
Fazer o que?
Então de segunda à sexta, acordo às 6 horas, me arrumo e vou para o trabalho.
E hoje não foi diferente.
Aparatei.
Todos os dias, chegando no Ministério, cumprimento a todos conhecidos, muitos aparatando, muitos saindo de lareiras, aquela confusão matinal cotidiana, jogo uma moedinha na fonte, pego o elevador e.... ei!! Cadê todo mundo?
Olhei para o lado, ninguém. Olhei para frente, ninguém. Olhei para as lareiras, ninguém. Pro elevador... advinha? Ninguém.
- Merlin! Estou sonhando, só pode! – me belisquei bem forte – Aaai!
Ou meu beliscão foi muito fraco (Impossível! Olha o roxo!), ou realmente não era um sonho e o Ministério da Magia estava que nem as Faculdades Bruxas Federais: de greve!
- Alôôô? Alguém aí? – gritei bem alto.
Ninguém respondeu.
Continuei andando em direção à fonte. Meus passos ecoando no silêncio total, esperando alguém aparecer a qualquer hora dizendo “Surpresa! Primeiro de Abril!”. Mas nada.
Fui em direção aos elevadores. Todos parados, mas funcionando, ligados e acesos.
- Gente, que coisa estranha! – falei baixinho, mas como se fizesse alguma diferença falar baixo ou não.
Estava me sentindo num filme de terror, misturado com uma comédia muito sem graça tipo “Querida, encolhi o hipogrifo”.
Peguei o elevador e fui para o meu Departamento.
Chegando lá, ninguém.
Olhei para todos os cantos possíveis, mas não vi nenhuma alma penada, nenhum fantasma e ainda, nenhum dos quadros estavam se mexendo. Todas as figuras estavam dormindo em sono profundo.
Estranhando mais ainda a situação, continuei andando, até chegar numa porta marrom. Abri e entrei na minha sala. De cara, já reconheci o ambiente. “Pelo menos ninguém mexeu nas minhas coisas”, pensei comigo.
Entrei, sentei na minha mesa, abri minhas gavetas. Nenhum sinal de arrombamento.
Olhei para as janelas encantadas, e o sol reluzente ofuscou meus olhos (era semana de pagamento, devo dizer! Então os administradores estavam com um ótimo humor!)
De repente, ouvi um barulho do lado de fora da sala. Levei um susto e pulei da cadeira.
Na mesma hora coloquei a mão no bolso da veste e tirei minha varinha e... ops, cadê minha varinha?
- Só faltava essa! – dei um berro com raiva – que Mer....!!!!! – respirei fundo - ...lin, por favor, faça com que isso seja um sonho! Quer dizer, um pesadelo né?!
Ouvi passos e pulei de susto! Ouvi as portas do elevador se fecharem. Alguém tinha chamado.
Olhando em volta e tentando analisar a situação, cheguei à conclusão que, se aquilo realmente não era um sonho, eu teria que pelo menos me proteger!
Procurei em volta alguma coisa, mas só vi uma vassoura no canto. Corri nas pontas dos pés e agarrei a vassoura.
Não ouvi mais passos, barulhos, nem elevador. Tudo voltou ao silêncio de antes.
Me sentindo totalmente ridícula, descabelada e suada, nas pontas dos pés e com uma vassoura velha nas mãos, saí da sala lentamente, procurando fazer o mínimo de barulho. Olhei para todos os lados, nada.
Fui em direção ao elevador, estava no Saguão Principal. “Deve ter alguém lá embaixo!”, pensei.
Ainda na dúvida se iria arriscar a descer e encontrar um dementador, um trasgo ou até Você-Sabe-Muito-Bem-Quem, resolvi encarar e chamei o elevador.
Passados alguns segundos, o elevador chega e eu entro.
Sentindo minha pulsação na garganta, espero um tempo e resolvo apertar o botão. Na mesma hora o elevador se move.
Chegando no saguão, saio do elevador e vejo que as luzes do saguão, a maioria estavam apagadas agora. De longe, contra as poucas luzes acesas, vejo um vulto. A pessoa se vira e... o Sr. Gibble (sim, o faxineiro do Ministério!) olha assustado para mim.
Ah diário, chega. Amanhã eu continuo. Acabei de chegar do Ministério (essa história se passou tem 20 minutos...) e estou exausta!
O que que um DOMINGO não faz com a gente né?
Maldito despertador...
Acordei e por incrível que pareça, meu despertador não tocou, como em todas as manhãs de trabalho.
Como o sono ainda era grande pra ter vontade de verificar algum problema no maldito despertador, deixei pra lá e com cara de quem foi dormir há 10 minutos, levantei e fui direto para o banheiro. Me olhei no espelho e uma descabelada, com olheiras e uma marca de travesseiro dobrado no rosto, olhou para mim de volta.
Espreguicei-me e repassei pela mente tudo o que eu tinha que fazer naquele dia.
Muitos papéis, encontros, reuniões, enfim... um dia daqueles!
Alguns minutos depois, já estava pronta para aparatar pra o trabalho.
Ministério da Magia, conhecem?
Então, esse mesmo.
Me formei faz 2 anos e agora trabalho no Departamento de Cooperação Internacional.
É um trabalho bom, mas muito difícil e toma praticamente todo meu tempo.
Meu chefe é uma graça. Não, não estou dando em cima de ninguém! Mas que é verdade, é.
Fazer o que?
Então de segunda à sexta, acordo às 6 horas, me arrumo e vou para o trabalho.
E hoje não foi diferente.
Aparatei.
Todos os dias, chegando no Ministério, cumprimento a todos conhecidos, muitos aparatando, muitos saindo de lareiras, aquela confusão matinal cotidiana, jogo uma moedinha na fonte, pego o elevador e.... ei!! Cadê todo mundo?
Olhei para o lado, ninguém. Olhei para frente, ninguém. Olhei para as lareiras, ninguém. Pro elevador... advinha? Ninguém.
- Merlin! Estou sonhando, só pode! – me belisquei bem forte – Aaai!
Ou meu beliscão foi muito fraco (Impossível! Olha o roxo!), ou realmente não era um sonho e o Ministério da Magia estava que nem as Faculdades Bruxas Federais: de greve!
- Alôôô? Alguém aí? – gritei bem alto.
Ninguém respondeu.
Continuei andando em direção à fonte. Meus passos ecoando no silêncio total, esperando alguém aparecer a qualquer hora dizendo “Surpresa! Primeiro de Abril!”. Mas nada.
Fui em direção aos elevadores. Todos parados, mas funcionando, ligados e acesos.
- Gente, que coisa estranha! – falei baixinho, mas como se fizesse alguma diferença falar baixo ou não.
Estava me sentindo num filme de terror, misturado com uma comédia muito sem graça tipo “Querida, encolhi o hipogrifo”.
Peguei o elevador e fui para o meu Departamento.
Chegando lá, ninguém.
Olhei para todos os cantos possíveis, mas não vi nenhuma alma penada, nenhum fantasma e ainda, nenhum dos quadros estavam se mexendo. Todas as figuras estavam dormindo em sono profundo.
Estranhando mais ainda a situação, continuei andando, até chegar numa porta marrom. Abri e entrei na minha sala. De cara, já reconheci o ambiente. “Pelo menos ninguém mexeu nas minhas coisas”, pensei comigo.
Entrei, sentei na minha mesa, abri minhas gavetas. Nenhum sinal de arrombamento.
Olhei para as janelas encantadas, e o sol reluzente ofuscou meus olhos (era semana de pagamento, devo dizer! Então os administradores estavam com um ótimo humor!)
De repente, ouvi um barulho do lado de fora da sala. Levei um susto e pulei da cadeira.
Na mesma hora coloquei a mão no bolso da veste e tirei minha varinha e... ops, cadê minha varinha?
- Só faltava essa! – dei um berro com raiva – que Mer....!!!!! – respirei fundo - ...lin, por favor, faça com que isso seja um sonho! Quer dizer, um pesadelo né?!
Ouvi passos e pulei de susto! Ouvi as portas do elevador se fecharem. Alguém tinha chamado.
Olhando em volta e tentando analisar a situação, cheguei à conclusão que, se aquilo realmente não era um sonho, eu teria que pelo menos me proteger!
Procurei em volta alguma coisa, mas só vi uma vassoura no canto. Corri nas pontas dos pés e agarrei a vassoura.
Não ouvi mais passos, barulhos, nem elevador. Tudo voltou ao silêncio de antes.
Me sentindo totalmente ridícula, descabelada e suada, nas pontas dos pés e com uma vassoura velha nas mãos, saí da sala lentamente, procurando fazer o mínimo de barulho. Olhei para todos os lados, nada.
Fui em direção ao elevador, estava no Saguão Principal. “Deve ter alguém lá embaixo!”, pensei.
Ainda na dúvida se iria arriscar a descer e encontrar um dementador, um trasgo ou até Você-Sabe-Muito-Bem-Quem, resolvi encarar e chamei o elevador.
Passados alguns segundos, o elevador chega e eu entro.
Sentindo minha pulsação na garganta, espero um tempo e resolvo apertar o botão. Na mesma hora o elevador se move.
Chegando no saguão, saio do elevador e vejo que as luzes do saguão, a maioria estavam apagadas agora. De longe, contra as poucas luzes acesas, vejo um vulto. A pessoa se vira e... o Sr. Gibble (sim, o faxineiro do Ministério!) olha assustado para mim.
Ah diário, chega. Amanhã eu continuo. Acabei de chegar do Ministério (essa história se passou tem 20 minutos...) e estou exausta!
O que que um DOMINGO não faz com a gente né?
Maldito despertador...
Assinar:
Postagens (Atom)