segunda-feira, 12 de março de 2007

Pára tudo!

- Lucy Johnson, Richard Copeland.
Só me faltava essa! Eu, ali, quieta no meu castelo, trabalhando, quando meu chefe me chama para apresentar o “meu novo colega de Departamento”. Ou, na minha definição: “meu novo colega de Departamento moreno, olhos verdes, super lindo, sorriso perfeito, olhar penetrante e extremamente cheiroso!”.
- Er...ah, prazer! – estendi a mão para cumprimentá-lo.
- O prazer é todo meu. – ele respondeu, mantendo o sorriso.
- Richard foi transferido de outro Departamento e agora veio trabalhar conosco, no lugar de Smith, que se aposentou – continuou Lucca.
Olhei para a mesa do Sr. Smith. Bem do lado da minha.
- Ah sim, seja bem vindo! – “Muito bem vindo! Extremamente bem vindo! Completamente ente ente ente bem vindo!”, pensei comigo – Espero que goste do trabalho.
- Obrigado, tenho certeza de que vou gostar. – disse calmamente.
Mas que saco esse charme dele! Como querem que eu trabalhe direito agora, com um cara desses na mesa do lado?!
Lucca disse que iria mostrar o resto do Departamento para o recém-chegado e os dois saíram.
Pronto, começou! Lá vai Lucy mais uma vez se apaixonar platonicamente, que nem uma bruxinha de 13 anos!
Já não bastasse a vez que me apaixonei pelo meu professor de feitiços em Hogwarts (Prof. Flitwick estava de licença, pelo amor de Deus! Não é o que você está pensando!)

Depois de conhecer todos do Departamento, Richard se sentou e começou a organizar alguns papéis em sua mesa.
Eu, com todo meu profissionalismo... simplesmente não conseguia parar de olhar pra ele! Que coisa!
Claro que conseguia disfarçar um pouco. Mas tinha toda certeza que ele percebia. Ou algum ser humano mexe 10 vezes por minuto no cabelo desse jeito??
Comecei a perceber que as outras mulheres do Departamento também estavam observando demais aquele canto da sala, não sei o porquê. Vai ver a pintura daquele lado era mais bonita na parede...rs.
Passei o resto do dia me controlando para não olhar demais e tentando me concentrar nos afazeres.

O expediente tinha acabado (ô força de vontade!) e eu estava arrumando minhas coisas para ir embora, quando Richard se levantou e veio em minha direção.
- Então, Lucy. O que vai fazer depois do trabalho?
Meio receosa, continuei arrumando minha bolsa, sem olhar para ele.
- Vou pra casa mesmo. Estou morta.
- Mas hoje é sexta feira. Que tal um drinque no Três Vassouras?
Direto ele, não?
Pensei por um segundo...e quase falei “Claro!! Que pergunta idiota!”, mas enrolei mais dois segundos para dar uma de “é, é... vou pensar no seu caso”, e respondi:
- Hum, não sei. Eu realmente estou muito cansada. – impressionante a cara de pau do ser humano.
- Ah, vamos lá. Ninguém dorme cedo numa sexta feira de noite.
Ele realmente nem precisava está falando nada daquilo. Eu já tinha aceitado qualquer coisa desde a hora do “prazer em te conhecer”.
Enrolei mais um pouquinho, mas tive que aceitar logo, vai que ele desiste!
- Ah, ok. – dei um sorriso.
Ele sorriu de volta. - Ótimo, então, vamos?
- Vamos. – saí de trás da mesa e ele me acompanhou passando pela porta marrom do Departamento e fomos em direção aos elevadores.
Dia de sexta feira o movimento é pouco, depois do expediente. Então, ficamos esperando ali, sozinhos no corredor. Nenhum dos dois falou alguma coisa, enquanto o elevador chegava.
Entramos e cumprimentamos uma bruxa, de seus 50 anos, com um chapéu verde, vestes vermelhas e um cinto dourado (quase perguntei se já era natal), brega que nem usar pochete na cintura pra carregar varinha....
Ela saltou alguns segundos depois. Eu e Richard ficamos sozinhos novamente no elevador.
- Então – ele começou – há quanto tempo você está trabalhando no Ministério?
- Moro em Londres há um ano e meio, e estou aqui há um ano. – respondi. - E você, quanto tempo trabalha aqui? – continuei puxando assunto.
- Há três anos. – respondeu calmamente olhando para mim, e depois olhou para o marcador de andares do elevador. Eu segui o olhar.
O marcador simplesmente tinha parado. E agora, parando para perceber, o elevador não estava se mexendo.
- Acho que o elevador deu defeito! – falei um pouco assustada.
Richard não respondeu. Aproximou-se da porta e tentou abri-la com as mãos.
- Sim, acho que deu defeito. As portas estão travadas... Alohomora!
Continuaram intactas.
Puxei minha varinha e... Evanesco!
Richard continuou... – Deletrius! ... Diffindo! – nada.
- Que estranho, nunca vi esses elevadores darem problema. – Richard falou calmamente, olhando pros lados e para cima.

Mas agora, pára tudo e vamos analisar a situação.
Se essa cena tivesse acontecido comigo sozinha, ou acompanhada de algum ser humano excêntrico que nem a Mamãe Noel de agora a pouco, o que eu faria?
Opção A - gritaria por ajuda; opção B – gritaria por ajuda, começando a ficar nervosa e histérica; ou opção C – gritaria por ajuda, começando a ficar nervosa e histérica, e tendo um ataque de claustrofobia!
Mas, ali, presa no elevador com meu colega de Departamento super, hiper, mega sei la o que de bom, quem ligaria de ficar presa?Eu pelo menos não...

Passados uns minutos e alguns gritos de socorro, o elevador continuava parado. Richard resolveu sentar-se no chão. Acompanhei.
- Ai ai, essas coisas só acontecem comigo! – falei num tom distraído.
Richard riu.
Ali sentados, começamos a falar das nossas vidas, carreiras, planos, etc. Descobri que ele sempre quis a carreira de Diplomacia, sua família por parte de mãe era irlandesa e por parte de pai inglesa, era filho único como eu, freqüentou uma escola de magia Irlandesa, seu pai era chefe do Departamento de Execuções de Leis Internacionais.
Um background no mínimo curioso. Pra variar, mais alguma coisa interessante naquela criatura sentada ao meu lado!
Me perguntou sobre várias coisas da minha vida também. Claro que nada de muito interessante, mas o jeito que ele me olhava, parecia que estavam falando a fórmula mágica da Pedra Filosofal.
Passados vários e vários minutos, já éramos íntimos e velhos amigos de infância!
- Mas então, Lucy. Por que uma mulher tão interessante e bonita como você, não tem um namorado?
Eu, extremamente sem graça, claro... dei uma risadinha e fiquei em silêncio. Ele continuou.
- Mas sério! Hoje em dia é difícil achar garotas como você...
Fala sério né? Ou tudo que ele tem de bonito, tem de cego e retardado, ou realmente, dá licença que eu to podendo!
- Ah, mas no momento estou muito focada na minha profissão. – “Aham, ta!” – E também, não achei ninguém interessante (“como você!”) para ter algum tipo de relacionamento.
Ele sorriu e falou: - Então, quem sabe já não encontrou?

Nossa!
Eu sei que é chato, mas... Pára tudo de novo!!
Merlin! Passo mal com umas coisas dessas!
As opções dessa vez são: A – voaria no pescoço dele; B – voaria no pescoço dele, e dava aquele beijão!; C – todas as anteriores e mais um monte de coisas impróprias pro horário.

Richard continuava sorrindo, e eu sem reação nenhuma fiquei parada.
Nisso ele foi se aproximando (!!), aproximando, pegou minha mão, aproximou mais um pouco e....
*crac*
O elevador deu um pequeno arranque e começou a movimentar.
Nós dois tomamos um susto e nos levantamos de um pulo.
Alguns segundos depois as portas abrem-se no Saguão, e saímos do elevador com o Sr. Gibble pedindo mil desculpas, porque não sabia o que tinha acontecido, iria informar à diretoria sobre o problema, e blá blá blá.
Na verdade, nem ouvi direito o que ele disse. Minha indignação e raiva era tanta!
Maldito elevador! Olha a hora que resolveu voltar a funcionar!!!
Depois do mal entendido, saímos do Ministério.
- Ainda disposta a sair, depois da nossa pequena aventura? – ele me pergunta com um sorriso no rosto.
Eu começo a rir e aceito novamente o convite.

Chegando no Três Vassouras, aquele movimento habitual de sexta feira.
Conseguimos uma mesa no canto e pedimos duas canecas de cerveja amanteigada.
Conversamos por mais algumas horas e depois fomos embora.
Na porta da minha casa, Richard se despede: - Lucy, prazer em te conhecer, adorei sua companhia, e espero que possamos ser bons amigos por um bom temp.... – mal ele tinha falado e eu já me aproximei e começamos a nos beijar.

Eu acho que nem preciso comentar sobre essa parte né?!


A melhor opção disparada é a letra C do segundo “pára tudo!”....

2 comentários:

Juliana Prado disse...

Lucy ta podendo! HAuHUAhUAh
Mas fala serio, pq nao enguiçaram o elevador de novo?? Bastava explodir alguma coisa... Já ia ta saindo fumaça la mesmo!

Lavínia//Victor//Ricard disse...

Aff, odeio essas engenhocas por isso! Quando você precisa, elas não funcionam, quando você não precisa, funcionam que é uma beleza!
Mas no final, hem hem...
Tá pegando hein Lucy?! Ganhou! Ganhou! HUAhUAHUAHUAHUA